quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Dados do IPEA mostram vulnerabilidade da juventude brasileira

Divulgada no dia 19 de janeiro, a pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada, contida no livro “Juventude e Políticas Sociais no Brasil” demonstra um cenário preocupante sobre a juventude brasileira. A falta de políticas públicas para juventude, que ganhou corpo apenas na última década, é sem dúvida o fator de maior destaque e gerador dos péssimos indicadores apresentados na pesquisa.




O acesso ao mercado de trabalho, por demais precarizado à medida que ocorre precocemente, diminuiu no quadro comparativo da pesquisa. Em 20 anos, de 1987 a 2007, a taxa de desemprego aumentou de 7 para 21% junto aos jovens entre 16 e 20 anos de idade. Ainda, na faixa etária superior, de 21 a 29 anos, a taxa de desempregados subiu de 5 para 11%. Se na faixa anterior, de 16 a 20 anos, a taxa de desemprego pode ter crescido dado a maior permanência dos jovens nas salas de aula, o mesmo não se pode afirmar sobre o grupo pesquisado seguinte, onde há um aumento de mais de 100% neste índice. Sobre a precarização do trabalho juvenil, um dado chama atenção: metade dos jovens entre 18 e 24 anos que trabalham não tem carteira assinada e com isso os benefícios sociais relacionados.



A questão educacional é outra área preocupante. Quase 50% dos jovens entre 15 e 17 anos não concluíram o ensino fundamental. Cerca de 20% estão fora dos bancos escolares. Em relação aos jovens entre 18 e 24 anos, apenas 13% estão no ensino superior. Como principal causa para o abandono escolar, surge o acesso ao mercado de trabalho com 44% entre os homens e 21% com gravidez precoce entre as mulheres.



Sobre saúde e violência, os dados são ainda mais alarmantes. O jovem brasileiro está perdendo a guerra contra a violência, a desinformação e as drogas. Homicídios e acidentes de trânsitos são responsáveis por 78% das mortes de jovens do sexo masculino. A AIDS junto à desinformação é responsável por 30% de portadores vírus HIV serem jovens e a principal causa de contaminação são as relações sexuais. Entre jovens de 18 a 24 anos, quase 20% são dependentes do álcool, contra 12,3% total de todas as idades. Mais de 25% das vítimas fatais de acidentes de trânsito têm entre 18 e 29 anos.



Sem dúvidas, esta pesquisa do IPEA denota o quanto as políticas para juventude devem ser aprofundadas. De acordo com Márcio Pochmann, presidente do IPEA, “o Brasil chegou um pouco tarde com as políticas públicas para a juventude. Até o início do século passado, o tema da juventude era praticamente inexistente”. Para os próximos 20 anos é preciso aprofundar as políticas públicas de educação, qualificação profissional, geração de emprego e renda e saúde pública para invertermos estes números e proporcionar uma nova perspectiva para a juventude.



Elton Teixeira, vereador jovem pelo PT/Queimados.

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